A Polícia Federal (PF) solicitou a prisão preventiva do senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo. No entanto, o pedido foi rejeitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que no mês passado ordenou a apreensão do passaporte e o bloqueio das redes sociais do parlamentar.
Marcos do Val está sendo investigado no STF pelos supostos crimes de embaraçamento em investigação, violação de segredo, incitação ao crime e corrupção de menores. Segundo a PF, Do Val utilizou as redes sociais para intimidar delegados que atuam em inquéritos no STF.
A PGR se posicionou contra o pedido de prisão, argumentando que “não se verifica a presença de fatos ou circunstâncias que apontem a ocorrência ou permanência de riscos que se pretende evitar com a prisão cautelar, ao menos neste estágio”, conforme escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, em manifestação enviada a Moraes no fim de julho. Gonet afirmou que as medidas cautelares seriam suficientes para a investigação e sugeriu que Do Val fosse proibido de acessar as redes sociais. Nos dias 13 e 14 de agosto, Moraes autorizou a apreensão do passaporte e o bloqueio das redes sociais de Marcos do Val.
O senador bolsonarista teve R$ 50 milhões bloqueados em suas contas por ordem de Moraes, para o pagamento de dívidas decorrentes de decisões judiciais não cumpridas. Posteriormente, Moraes permitiu que o senador acessasse 30% de seu salário. Desde então, Do Val tem protestado contra Moraes, alegando que está dormindo no Senado por falta de renda. No último dia 3, no plenário da Casa, antes de posar para fotos deitado no local, Do Val declarou: “Estou vindo aqui com minhas roupas e vou ter que morar no Senado. Não no meu gabinete, porque lá é um local de trabalho. Eu vou achar algum corredor e vou morar aqui, vou deitar e vou dormir até quando perceber que isso foi um pesadelo, que isso não era real”. No entanto, o parlamentar utiliza um imóvel funcional de senador desde 2019, quando tomou posse.
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